Nesta edição, farei algo diferente, uma espécie de autopromoção velada, explico: o filme JEITOSINHA, longa-metragem que dirigi, estreou no serviço de streaming da NET, o NOW. Como seria estranho entrevistar a mim mesmo, convidei para a coluna o meu sócio, diretor de cinema de Brasília e codiretor do filme para uma conversa.
Então aluguem o filme no NOW e conheçam um pouco mais sobre Sérgio Lacerda. Com a palavra, ele:

Sérgio Lacerda, co-diretor do filme Jeitosinha
O INÍCIO NO CINEMA
Foram pequenos passos. Não saí de uma sessão de cinema com a missão de fazer um filme. As primeiras experiências com audiovisual foram ainda em Uberlândia no início dos anos 90 com uma câmera VHS e amigos cheio de ideias. Mais tarde, já em Brasília, foram minhas próprias ideias que começaram a surgir em forma de imagem. Ficava imaginando filmes, cenas e personagens. Também passei uma época assistindo muitos filmes até que surgiu a oportunidade de fazer um curso de direção.
Foi em Brasília que tive contato com a possibilidade de se fazer um filme, o que para mim parecia ser algo intangível. Frequentei muito o Festival de Brasília, o CCBB e o Cine Academia. No Festival de Brasília via filmes da cidade, mas só quando li no jornal uma matéria sobre o Afonso Brazza é que pude me imaginar efetivamente fazendo um filme. Aquilo era possível! Tinha um cara, um bombeiro, fazendo filmes com poucos recursos, eram filmes de verdade: feitos em película para salas de cinema. Bom, pensei eu, pode até ser difícil, mas impossível não era.
A PARCERIA
Todas produções de cinema que participei foram em co-direção. Em uma parceria, suas idéias são depuradas ao serem submetidas ao crivo de outra pessoa. Quando há confiança e respeito por essa pessoa e as idéias estão afinadas, há sim vantagens tanto para o projeto quanto para o desenvolvimento pessoal. Há sempre uma tensão criativa e muita negociação para que o projeto vá adiante, tem que saber ceder.
Quanto à visão compartilhada, quando iniciamos um projeto de filme, ambos já devemos saber onde queremos e podemos chegar. Uma espécie de acordo é estabelecido e só vai adiante se há um real comprometimento.
Quanto à visão compartilhada, quando iniciamos um projeto de filme, ambos já devemos saber onde queremos e podemos chegar. Uma espécie de acordo é estabelecido e só vai adiante se há um real comprometimento.
O PRIMEIRO LONGA-METRAGEM
Depois de 5 curtas parecia ser o caminho natural a seguir. Como todo grande desafio, teve momentos de êxtase e de pavor. Dias de comemorar e dias de sentar desolado e pensar onde é que eu tinha me metido.
Acho que todos já devem ter ouvido, em tom de brincadeira, quando não temos tempo para realizar algo, aquela pergunta: e o que você faz da meia noite às seis? É mais ou menos assim. Muitas madrugadas acordado, muitos almoços sacrificados, muitos finais de semana dedicados.
Enfim, um grande desafio.
Agora com o filme terminado, apresentado e lançado, paira uma sensação de dever cumprido, de realização.
APRENDIZADO
Acredito que amadureci muito em relação a tudo que envolve a feitura de um filme, do roteiro à tela e isso foi muito proveitoso.
Aprendi também que não quero participar ativamente em funções de produção, se eu conseguir me dedicar somente à parte artística será um grande feito. As ideias, da mesma forma de quando tudo começou, ainda surgem. Provavelmente vai chegar uma hora que não me darão mais sossego e então começa tudo de novo.
JEITOSINHA
Muitas pessoas talvez se lembrem de uma história chamada “A saga de Jeitosinha” que circulou na Internet há alguns anos (ainda há muitos links que levam a alguma versão dela). O filme foi uma livre adaptação dessa história que, apesar de estar creditada a vários autores, é do cartunista Maurício Ricardo.
É uma comédia que conta a história de uma família onde todos temem a brutalidade do pai que deseja a todo custo ter uma menina. Nasce mais um garoto e em pânico a mãe decide secretamente criar Jeitosinha como se fosse uma menina. Na juventude, descobre toda a verdade da pior forma possível: junto com o namorado. O que eles vão fazer a partir daí, só assistindo o filme.
É um filme movimentado, com várias reviravoltas. Foi interessante perceber que JEITOSINHA segue a mesma linha de nossos filmes anteriores que é colocar o espectador no mesmo dilema dos personagens: É isso o que buscamos.
Ter esse filme reconhecido como um produto de qualidade a ponto de fazer parte da grade de programação do NOW tem sido motivo de muita alegria, para mim, é um grande reconhecimento.
Posteriormente JEITOSINHA estará disponível também no Canal Brasil.

Foto: Duda Affonso

Foto: Duda Affonso

Foto: Duda Affonso
Informações Técnicas
Ficção, Comédia, Colorido, 90 minutos
Elenco Principal: Bianca Müller, André Mattos e Vinícius Zinn,
Direção: Johil Carvalho e Sérgio Lacerda
Roteiro: Paulo Halm
Fotografia: Alexandre Magno
Montagem: Douro Moura
Pós-Produção: Dirceu Lustosa
Som direto: Fernando Cavalcante
Trilha sonora original: Eugênio Mattos
Direção de Arte: Nadine Diel
Animação: Maurício Ricardo
Produção: Muviola Filmes e Caza Filmes
Distribuição: Forte Filmes
Classificação indicativa: 14 anos
Revista Evoke
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